Bom Senso!

Quando nos tratamos de uma Lei tão Polemica entre todos os seres humanos é quase que impossível justificar nossos princípios religiosos, temos que ser “REALISTAS”.



quarta-feira, 16 de junho de 2010

Wicca...Olhando Com o dom da Inteligência



Dedico este “Texto” não àqueles que desejam seguir a Religião Wicca, mas a seus pais, ou meus pais, parentes, e amigos que, por pura falta de conhecimento, permitem-se aceitar preconceitos. Assim, damos um espaço para uma prova de inteligência.
Sempre admirei pessoas inteligentes. Independentemente de raça, cor, status social, e mesmo idade. Uma boa forma de definir alguém como inteligente é a capacidade que demonstra em informar-se, independentemente de o assunto lhe ser agradável, ou não. Só assim será capaz de evitar chegar a impressões que não as suas próprias. Afinal, uma força divina nos dotou de cérebro e milhares de neurônios que deverão servir para uma boa avaliação do meio que nos circunda. Eu mesmo sempre repito.... Um pouco meio que raro pois digo pra quem mereçe ouvir:

“Meu Universo é do tamanho do meu conhecimento”.

Para esses que são preocupados com as atividades religiosas ou mesmo sociais de seus entes queridos, proponho aqui um acordo:

“Esvazie sua xícara para que possa ser capaz de provar do meu chá”.

Isso significa que deverá ler as próximas linhas completamente avesso a preceitos criados pela sociedade ou por qualquer tipo de religiosidade. Fazendo isso, estará dando uma prova de inteligência a seus entes queridos e principalmente a você mesmo.

O primeiro erro que quero combater é a crença (normalmente por cristãos, uma vez que são os que crêem em mal absoluto) de que Wiccanianos adoram o DIABO.
Como vimos, a Wicca tem suas crenças firmadas com práticas agrícolas e de criação de animais, fundamentadas e desenvolvidas para uma conexão com o divino por intermédios de ritos de fertilidade, nascimento, morte e ressurreição. Por se tratar de práticas que remontam aos períodos Paleolítico e Neolítico, muito anteriores ao Cristianismo (afinal, estamos em 2010 d.C.), a incongruência de crer que possamos adorar a uma entidade que surge em uma religião maniqueísta é no mínimo um disparate.

Mas o que é Maniqueísmo?

Segundo a enciclopédia Britannica, maniqueísmo é a doutrina religiosa caracterizada pela concepção dualista do mundo, em que espírito e matéria representam respectivamente o bem e o mal. Pregada pelo persa Mani, Manes ou Maniqueu, no século III.
Considerado muito tempo uma heresia cristã, possivelmente por sua influência sobre alguma delas, o maniqueísmo foi uma religião que, pela decorrência da doutrina e a rigidez das instituições, manteve firme unidade e identidade ao longo de sua história. Sua principal característica é a concepção dualista do mundo como fusão de espírito e matéria, que representam, respectivamente, o bem e o mal.
Simplificando, bastaria dizer que conceitos maniqueístas estão presentes em qualquer religião que pregue uma eterna luta de valores entre o Bem e o Mal, na figura de entidades deificadas, ou seja, o BEM e o MAL ABSOLUTOS. Agora, a você que se considera uma pessoa inteligente:

Defina BEM e MAL ABSOLUTOS!

Uma missão extremamente difícil. Chegaremos à conclusão de que o Bem ou o
Mal, como entendemos, são fortemente permeados de conceitos próprios, caso do atentado às Torres Gêmeas, o World Trade Center, em Nova York. Enquanto o mundo ocidental chorava pelas perdas e pela brutalidade do ataque, com conseqüências mundiais, no Islã Radical, pessoas festejavam como se Alá, sua divindade, os tivesse vingado.A verdade é que nada é bom ou mal absolutamente e, principalmente, durante todo o tempo. O que pode ser bom para alguns, fatalmente será péssimo para outros. O grande problema é que as práticas pagãs sempre foram feitas de acordo com a necessidade de uma maioria. Se tal prática servia para aumentar as colheitas, em determinada época era bem vista; em outra, esse aumento de colheitas poderia acarretar em uma baixa no preço da mercadoria, e assim, tornava-se mal vista pela sociedade que outrora os abençoara.
No caso do Diabo, essa entidade torna-se importante a parir da do aparecimento da figura de Jesus. Sem ele, não haveria parâmetros ou mesmo pecados, instrumento coercitivo e de controle religioso. Pois bem, não seria o diabo o próprio “anticristo?” Se pagãos não crêem na figura de Cristo como a figura do próprio Deus, como poderiam os pagãos crer em sua contraparte? Pagãos não crêem em Diabos, não acreditam em Karma transcendental, reconhecem que, por exemplo, alguém que nasce sem braço é fruto de algum erro genético durante a gestação. Se assim não fosse, teríamos de crer que o animal que também nasce sem pata teria sido extremamente mau e pecador em uma outra existência. O mesmo com o legume que nasce atrofiado, provavelmente teria de ter causado uma grande indigestão em alguém para que novamente brotasse atrofiado.
Assim, pagãos crêem em processos reencarnatórios, mas sem a transcendência do
karma.
Uso ainda este espaço para esclarecer que Wiccanianos não oram ou fazem homenagem ao Diabo (nem o reconhecem como existente). Nada é recitado de trás pra frente, não cuspimos em cruzes, não rasgamos imagens de Jesus (aliás, conheço alguns bons Wiccanianos que mantém um grande respeito pela figura mística do Cristo, considerando-o até como um grande iniciado), tampouco utilizamos a hóstia sagrada aos cristãos em nossos rituais. Assim, como a lenda de que matávamos bebês não-batizados para rituais macabros cai por terra ao perguntarmo-nos o motivo de não haver milhares de registros nos órgãos policiais com referencia ao desaparecimento dessas crianças. Também seria bem conhecido o relato de centenas de igrejas reclamando de hóstias consagradas sendo furtadas. Pior que isso seria existir um padre católico participando de Sabbaths de bruxas, apenas para consagrar hóstias para rituais satânicos.

Percebe agora como boatos infundados caem por terra quando começamos
a usar nosso dom da inteligência?

Outra teoria alegada pelos que não compreendem a bruxaria, e que sempre me assusta, é a chamada MAGIA NEGRA. Devemos compreender que magia é na verdade a capacidade de provocar mudanças físicas por meio da vontade. Essa mudança ou o fortalecimento da vontade pode ser conseguida com ritos, religiões, simpatias, ou qualquer outro tipo de subsídio que seja relevante ao praticante. Mas, na verdade, simplificando, sabemos que TUDO é energia. Nossos corpos são espaços ocos preenchidos por essa energia, assim como todo o resto do Universo. Queremos entender então que a magia seria a arte de manipular essa energia em prol dos nossos desejos. Se assim for, pergunto:

Energia tem cor?

Não seria correto dizer que a mesma energia usada para movimentar um desejo, de acordo com o ponto de vista individual, pode ser vista como BOA ou MÁ? Não é exatamente o mesmo caso exemplificado anteriormente na parte sobre o maniqueísmo? Se em estado de necessidade acabo por, em pura legítima defesa, matar um assaltante, do ponto de vista social, não terei cometido um BOM ato? E para a família e entes queridos desse assaltante, em primeira instância, não terei eu cometido um dos maiores males? Nesse momento, não importará o comportamento social ou legal do indivíduo, demonstrando assim que, ademais de sermos seres sociais, preocupamo-nos sempre em primeiro lugar com nossos próprios interesses. Assim, magia será sempre incolor, inodora e (em alguns casos) invisível. Magia é energia, assim como uma arma pode ter um bom ou mau uso, dependendo de quem a empunha. Cá entre nós, bruxos Wiccanianos estão muito mais preocupados com assuntos como espiritualização, paz, natureza e descobrimento do que fazer mal a seu próximo, pode acreditar nisso!
Mas voltando a você que é Cristão, mais precisamente católico. Aqui vão alguns questionamentos íntimos:

1 – Você utiliza meio contraceptivo ou apenas tem suas atividades sexuais com o intuito de gerar uma nova vida?
2 – Você jamais leu seu horóscopo no periódico predileto?
3 – Nunca pensou mal a seu próximo?

Pois bem, todas essas atividades foram severamente proibidas pela igreja católica, mas você continua a sua prática. Sempre haverá o sacerdote católico para livralo do peso de seus próprios erros. Mas lembre-se:
O próprio Papa João Paulo II, no dia 12 de março de 2002, emitiu um pedido público de desculpas abrangente pelos erros passados da Igreja católica. Esse documento foi formulado por 28 teólogos e acadêmicos sob a orientação do cardeal Joseph Ratzinger, chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, a moderna sucessora da Inquisição, tendo sido lido em voz alta pelo Papa em uma “cerimônia solene” em Roma.

Volto a perguntar: você, como católico, será contra o pontífice que é a própria representação de Cristo na Terra? Não estaria “pecando” com essa atitude?

Você está disposto a repetir os mesmos erros do passado, fundamentados numa necessidade de obtenção de poder e lucros, assim como fez a igreja na Inquisição? Você é realmente aquele que pode levantar sua mão completamente pura para atiçar a lenha das fogueiras que nos queimarão? Ou você prefere ser inteligente, buscar compreender, e mesmo se desculpar, aceitando que nem tudo é diferente do seu culto tem de ser mau? Conheço padres cristãos que são acusados de pedofilia, conheço sacerdotes afro que também o são. Conheço ainda, casos de rabinos que foram presos por roubarem aqueles que o seguem. Não quero com isso, dizer que todas as formas de sacerdócio, ou mesmo que todas as religiões sejam más, pelo contrário. Reconheço toda a forma de Religião. A palavra tem sua origem etimológica do latim religione e quer dizer “religarse aos Deuses” ou “Deus”. Reconheço este tipo de expressão social como maravilhosa, mas também reconheço que os homens insistem em deturpá-las e estragá-las.

Discute-se muito sobre a crise da Igreja Católica no Brasil e no mundo. Mas a verdade é que está havendo uma crise mundial de religiões. O Budismo e o Hinduísmo encontram-se em regressão. Igrejas cristãs pouco conservadoras em relação ao catolicismo começam a surgir em qualquer esquina, espalhando sua visão deturpada ao “amor de Cristo”. Os islamitas se defrontam com graves problemas internos. Por toda a parte, atualmente, existe crise de consciências, de estruturas, de ensino, de disciplina. Mais grave ainda, até mesmo uma crise de fé. Por quê? O que se passa com os homens e as igrejas? Será possível superar tal crise?
Não quero aqui cometer os mesmos erros da Inquisição católica contra judeus e pagãos (houve uma época em que eram colocados num saco só), as mais perseguidas religiosidades da história do homem, afinal eram as principais religiões no Ocidente que não aceitavam a figura de Jesus, causando assim sérios problemas à nova religião em expansão. Seria um grande erro tentar inverter a figura estereotipada da bruxa velha e má dos contos infantis. Alguns tentam fazê-lo, afirmando que bruxos são todos bons e não praticam erros. Uma coisa meio de “sonho cor de rosa”. A verdade é que bruxos são naturais, praguejam, erram, ficam com ódio e raiva, mas também amam, acariciam, ajudam. Somos pessoas normais, que apenas vivem a vida natural. Sem pressões de uma religiosidade que nos impele a sermos bons não porque queremos ou compreendemos o que é ser bom, mas sim por padrões criados pela mesma, como se fôssemos todos absolutamente iguais.

E viva a diferença!

Falarei mais sobre a Inquisição e perseguições em outra obra, o intuito deste capítulo é alertá-lo. Alertá-lo antes que seja tarde demais. Alertá-lo para a violência mundial e particularmente em nosso país, violência gerada não por pagãos, mas por desigualdades sociais e por descrédito nas autoridades. Alertá-lo para o perigo das drogas, que levam as nossas crianças a um caminho de onde poucos voltam. Alertá - lo para os que se dizem religiosos e cometem atos contra as religiões e não sobre uma religião em particular. E esse alerta vem na forma de INFORMAÇÃO.
A primeira vez que me sentei diante de um microcomputador e tive entrada na
Internet foi há mais de dez anos. E que experiência. Sempre considerei que conhecimento fosse poder, e por alguns minutos me senti o homem mais poderoso do mundo. Todo o conhecimento à minha frente, na forma de uma rede que interligava o mundo em um mundo de informações. Aquele que tem informação tem o poder, principalmente o poder de argumentar com fundamentos, de forma clara, de construir suas certezas. Já aquele que emite opiniões sem o embasamento de conhecimentos será simplesmente um hipócrita ou um leviano em suas palavras. Você que tem parentes que se interessam pela Wicca ou qualquer vertente de religiosidade (afinal, aqui falamos de religiosidade), informe-se.monte a sua própria opinião fundamentada em conhecimento.
Não se permita ser apenas mais um ignorante que nem ao menos sabe o que fala ou ataca. Garanto-lhe que ganhará muito mais respeito de seu ente querido.
Quanto aos que têm medo da magia como sendo algo maligno, vale aqui repetir as palavras de Phillip Bonewits em seu livro Real Magic (não editado no Brasil):

“A magia é uma ciência e uma arte que compreende um sistema de conceitos e métodos para a construção da emoção humana, que altera o equilíbrio eletroquímico do metabolismo, utilizando diversas técnicas e instrumentos associados para concentrar e focalizar essa energia emocional, modulando dessa forma a energia espalhada pelo corpo humano, em geral para afetar outros padrões de energia, animados ou inanimados, embora ocasionalmente afete padrões energéticos pessoais”.

É impressionante como o assunto perde seu caráter maligno e deturpado quando explanado com inteligência. Por último. A Wicca não é favorável ao prosetilismo. Ou seja, não saímos pelas ruas gritando que nossa religião é melhor que a dos outros. Com isso, nunca buscamos quantidade e sim, qualidade. Essa qualidade se resume em devoção e principalmente conhecimento das filosofias da religião. Assim, não pense que existe um bruxo atrás de cada árvore em busca de novos adeptos. Pelo contrário, sempre digo aos que me procuram:

“Eu sou aquele que quer te impedir de se tornar um Wiccaniano”.

Assim, se seu ente querido se passar pelo crivo de um bom sacerdote e for dedicado em sua prática, com certeza será um bom religioso.